sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Discutir a violência na escola: cedo ou tarde?!


Os casos de violência praticados nas escolas contra profissionais da educação estão vindo à tona, até o direito ao recebimento do risco de vida vem sendo cogitado.
Não é de hoje que se divulga casos como aluno ameaçando, empurrando professores, dizendo palavrões e xingamentos de toda ordem, agredindo fisicamente profissionais que, muitas vezes, sequer fazem registro nas Delegacias de Polícia ou procedem ao exame de Corpo de Delito, embora os vergões, as manchas roxas, a marca das unhas ou dos cinco dedos na face sejam aparentes, só para falar  dos aspectos físicos, não desprezando os aspectos psicológicos envolvidos nesses fatores, que têm feito muitos até  abandonarem o magistério.
Negar ou esconder esses acontecimentos nada resolve, por isso se faz necessário trazer à luz da discussão situações de violência contra profissionais em um ambiente de trabalho que é por natureza iminentemente educador/formador.
Alunos, professores, funcionários, pais e comunidade estão incorporando o sentido de pertencimento a uma rede imutável de fatos tristes, lamentáveis, mas intrinsecamente “naturais” da sociedade atual.
Todos os segmentos escolares são influenciados por essas situações, há o perigo de instalar-se aí um “processo corrosivo” da dignidade humana.
Reverter esse quadro passa,  em minha ótica, pela discussão social e pedagógica acerca dessa temática e pelas questões explicitadas na LDBEN 9394/96, dentre outros, em seus artigos 12, 13 e 14, que expõem sobre a regimentação da escola, autonomia/flexibilidade, ou seja, a construção na escola de uma Proposta Político-Pedagógica sólida, voltada para a realidade da comunidade, seus valores, sua cultura – o que de fato se pretende para aquele local e para a sociedade global -  advinda dos passos: o que temos, o que queremos e o que vamos fazer para conseguir o objetivo maior;  processo que exige coletividade, parceria e participação comunitária.
Ainda há tempo, o educador pode e deve ocupar seu espaço como instituidor de novos horizontes, a partir de propostas e projetos coerentes com a realidade da comunidade, buscando união de forças no Conselho Escolar, Círculo de Pais e Mestres, Grêmios Estudantis, que, a meu ver, fazem muita falta no meio escolar, no Serviço de Saúde Escolar, bem como outros órgãos, conselhos e instituições.


* Maria do Horto Machado Camponogara, Professora. Pedagoga, Especialista em Gestão Educacional

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